sábado, 29 de outubro de 2022

O Amstaff e a socialização.

     Logo no início, quando comecei a criar (há 30 anos atrás) eu via o american staff como um cão relativamente perigoso em potencial pois naquela época tanto o american pitbull como o Staffordshire estavam no mesmo barco, ou seja, eram pitbulls. E os pitbulls tinham a fama de serem bélicos, selecionados com a finalidade de participarem de rinhas. Na verdade isso foi verdade durante anos porque o homem os selecionava para essa tarefa sórdida. No início do século passado quando só existia o american pitbull terrier o fato de que em 1936 o American Staffordshire Terrier passou a ser o novo nome para um pitbull mais evoluido (dentro dos padróes do AKC) não o fez deixar de ser um pitbull ainda. Havia muita semelhança fenotípica entre eles, ao ponto de nos USA muitos cães terem duplo registro (American Pitbull Terrier pela UKC e American Staffordshire Terrier pelo AKC).

    Mas o tempo foi mostrando o quanto o Amstaff como comumente o chamamos seria um excelente cão para conviver em harmonia com cães e gatos. O segredo seria a socialização desde cedo. Quando comecei lembro de uma foto em que apareciam uns 6 americans meus todos juntos e felizes. Mas foram criados nessa saudável convivência. 

    Com o passar dos anos foram surgindo relatos de pessoas enviando fotos de seus americans entre outros cães, crianças e amigos. E a idéia de um cão perigoso foi logo se dissipando. 

    Mas é importante que mantenhamos no plantel genéticas confiáveis. Que esses padreadores e matrizes equilibradas geradoras de filhotes com esse temperamento sejam mantidas e que demos ênfase a essa virtude.

Nelson Filippini Almeida


domingo, 21 de fevereiro de 2021

CONCHECTOMIA: estaria indicado esse procedimento?


     Nos primórdios da seleção dos pitbulls a conchectomia era feita porque o oponente numa rinha costumeiramente mordia essa região o que causava sangramento, sofrimento, debilidade e possibilidade de perder a luta. Isso era crueldade com os cães e, felizmente essa carnificina foi proibida na Inglaterra e, talvez deva ser ainda praticada em muitos países na clandestinidade. É um crime. 

    Quando o American Staffordshire Terrier se tornou reconhecido como a variante reconhecida do American Pitbull Terrier nos USA foram estabelecidos critérios para que assim fosse e todos ligados ao padrão da raça para poderem participar de exposições de beleza junto ao American Kennel Club que estaria ligado à FCI. No Brasil teríamos a CBKC.

    Nesse padrão da raça está escrito referentemente às orelhas que quando as mesmas não estivessem postadas em rosa deveriam ser cortadas. Desde 1936 os criadores no mundo todo convivem com essa realidade. Mas, em razão dos movimentos de proteção animal que possuem uma força marcante nas decisões políticas ocorreram leis proibindo essas práticas. Nos USA, como na maior parte dos países, essa prática é ainda permitida. No Brasil está proibida desde 2008. O veterinário que for denunciado sofrerá punição do Conselho Federal de Veterinária. Isso fez com que poucos veterinários mantivessem esse procedimento em suas práticas. Não vale a pena correr esse risco. 

    A punição para quem injuria um animal no Brasil é maior do que se fosse cometido esse mesmo ato num ser humano. Foi o que me disse um promotor. Se isso é certo ou errado não cabe discutir, mas é a lei, foi sua complementação. 

    Diante dessa realidade, se a pessoa mora no Brasil, não deve realizar a conchectomia pois o entendimento é de que seria uma terrível injúria a um cão. Crio há 30 anos a raça, sou o criador mais premiado na história da raça no Brasil junto à CBKC. Mas ninguém perguntou minha opinião quando votaram essa lei. E creio que tanto os demais criadores, tanto os órgãos da cinofilia e veterinários também não devem ter sido auscultados. E se foram o que pensaram foi desconsiderado. Creio que no dia que foi votada essa lei, caso eu estivesse presente para discutir o tema haveria chance dessa lei não existir na forma como foi aprovada. 

    Para um leigo no assunto essa lei é totalmente aceitável. Afinal de contas porque cortar as orelhas de um animal? Porque o criador não corta as suas orelhas para ver como é ruim? Essa pergunta li uma ocasião numa mídia social. Mas a questão é mais vasta e complexa. 

    Na minha concepção esse procedimento deveria ser permitido apenas para cães que participassem de exposições e com um laudo do veterinário, ou seja, feitos apenas nas condições ideais de uma clínica veterinária. Isso evitaria o corte clandestino e sem os cuidados que possam gerar complicações para o cão. Seria uma forma de controlar sem impedir a prática. 

    Se formos olhar as raças cujas orelhas sempre são deixadas ao natural veremos que suas posturas são harmônicas. Mas em raças como o AST a postura das orelhas são variadas e algumas vezes esteticamente horríveis. Uma em pé e outra deitada. Grande e em pé como se fosse um coelho. Uma torta e outra ereta. E assim por diante. Isso não acontece num pastor alemão por exemplo. Por isso que o padrão da raça colocou a conchectomia como indicada nos casos das orelhas não serem postadas em rosa.

    Dizer que a conchectomia (um procedimento fácil, rápido, sob anestesia e que após o procedimento o filhote já abana o rabo) é uma injúria me faz pensar o que seriam então os procedimentos permitidos que se façam no ser humano que são extremamente mais injuriosos e perigosos: lipoaspiração, cirurgias de mama, abdominoplastia, redução de formas físicas das mais variadas e todos os tipos de cirurgias plásticas que são feitas principalmente nas mulheres todos os dias. Eu sei que não é o cão que decide fazer uma conchectomia mas confesso que se eu fosse um american desejaria que fizessem em mim uma conchectomia caso minhas orelhas fossem irregulares. Muitos artigos revelam que as orelhas eretas permitem uma ausculta melhor e isso seria interessante na função de guarda de território e outras onde a audição aguçada seria pertinente.

    As leis feitas pelos homens variam muito conforme o país. Não são perfeitas mas precisam ser respeitadas. Mas podem ser aperfeiçoadas. Mas creio ser difícil que com tantas questões mais importantes a serem tratadas haja algum movimento visando alterar essa lei. É uma lei como tantas outras que foram construídas sem uma análise plena.  Creio que o Brasil seja o único país do continente a proibir a conchectomia. Ou somos os mais sábios ou os mais obtusos.

    Meu conselho: mude de país ou te acostumes a gostar das orelhas íntegras não importando como sejam. O American Staffordshire Terrier está acima dessas polêmicas e sua alma reverbera em nossas vidas independentemente desse detalhe anatômico. Viva em paz com essa jóia que soma em sua existência, um cão maravilhoso e único. E evite a conchectomia pois a qualquer momento uma pessoa de mal com a vida, ignorante ou mal intencionada poderá querer te prejudicar. Normalmente essas pessoas irão agir de forma escondida, às escuras, como fazem todos os covardes. 

Enquanto isso o AST corre no pátio feliz e te procura dando o afeto irrestrito que o ser humano raramente te oferece.


terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Em harmonia com o universo!

    Assisti numa série recentemente a experiência de pacientes que após estarem num estado crítico, por parada cardiorespiratória ou mesmo estarem sem atividade cerebral, ao serem reanimados descreveram suas experiências de pós morte. Pelos relatos e também pelo trabalho de pesquisadores entrevistados (neurocientistas; neurologistas; neuro-psiquiatras...) envolvidos nessas pesquisas há muitos anos, me senti estimulado a crer que essa vida de fato não finda com a morte física.
    Todos os relatos mostram que essa experiência de se desprenderem do corpo físico, visualizando os médicos tentando reverter o quadro, seguido de passarem para um estado de expansão da consciência em que tiveram a sensação de se fundirem ou interagirem com o universo foi comum.
    Seja como for precisamos descobrir uma forma de vivermos em paz nesse planeta repleto de conflitos e desamor. Vencendo nosso egoísmo e cultivando nossa inteligência emocional podemos atingir novos estados de consciência de nós próprios e das pessoas que nos cercam.
    O nosso corpo é um cosmos ambulante. São trilhões de células em íntima harmonia num sistema complexo que funciona em cooperação amorosa. No momento em que uma célula se torna egoísta sabemos o que isso significa: câncer. O homem está sucumbindo a si próprio ao destruir o planeta.
    Mas, seja o que vier a acontecer com a humanidade tenho a certeza que a vida persistirá, num outro estágio, outra dimensão, na companhia de outros seres espirituais, outros níveis de energia e em harmonia com o universo.

    


sábado, 11 de maio de 2019

CRIAR NÃO É CRUZAR

Eu tenho muito apreço pelas pessoas diferenciadas que me procuram. Não são aquelas que só buscam valores. Mas desejam qualidade e investem naqueles que trabalham em prol da raça.

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Um ente familiar especial!

Existe uma idéia errônea de que o pitbull ou o american staffordshire devam ser agressivos. Na verdade a agressividade é encontrada em indivíduos de todas as raças.

domingo, 12 de agosto de 2018

Transcendendo o American Staffordshire Terrier

Transcendendo o American Staffordshire Terrier

Nesse momento estou escutando uma música especial da banda Radiohead. Se chama The Numbers. Duvido que uma pessoa que tenha sensibilidade musical não viaje para outras excelcitudes, outras dimensões ou outros universos enquanto a escuta. Existem outros universos lá fora mas uma grande viagem deve ser feita dentro de nós mesmos. Destituídos de pensamentos retrógrados e viciados podemos empreender essa jornada.
Sem críticas dogmatizadas ou preconceitos o homem sem as amarras dos condicionamentos pode arriscar esses primeiros voos. Como uma águia em sua infância tentando atingir os grandes picos. Mas a mente é mais que uma montanha íngrime e altiva. Ela é principalmente um mar profundo e nessas profundezas escuras encontramos muitos mistérios que nos assustam. Um mundo escuro que nos atemoriza nos remotos e profundos esconderijos. Mas devemos lembrar que se vencermos esse medo poderemos encontrar tesouros nossos que se perderam na infância e adolescência. Estão em alguma parte do nosso inconsciente. 

Os tesouros não procuram as pessoas. Essas arcas repletas de riquezas aguardam serem descobertas. Alguém as escondeu. De medo que fossem destruídas nós as guardamos em algum lugar desse universo interior. E esse universo está interligado com o cosmos. Vida exterior e interior precisam fundir-se para que algo transcedental aconteça. Sorte de quem liberta essa natureza pura e descontaminada e a coloca em sintonia com a Harmonia Universal.



Energia encontrando Energia. Luz encontrando a Luz. 

Nesse estado não haverá lugar para sofrimento, culpa ou medo. Mas para isso precisamos encontrar esse tesouro. Tomara que não tenhamos escondido a ponto de não conseguirmos mais encontrar. Precisamos preservar nossos tesouros. Mas não podemos destruí-los. Mas se tiveres dificuldades não desistas. Escutar o som das águas. Sentir a energia de um tronco de árvore. Talvez isso nos faça sentir algo inefável e surjam caminhos ou percepções e nosso tesouro seja primeiro sentido e depois tocado. Quando estamos sujos de tanta energia pesada dessa sociedade doente ficamos cegos e surdos. Não é a religião que nos liberta. A verdade está dentro e fora de nós. Mas somos nós que precisamos descobrir essa verdade. Podemos passar nosso conhecimento mas nunca nossa sabedoria. Essa repousa na mansão do além que não conseguimos visitar nem mesmo em sonhos.

Nelson Filippini Almeida

American Stafforshire uma paixão que se tornou hábito

Uma paixão que se tornou hábito A palavra Venda de Filhotes de American Staffordshire me parece forte. Por isso nunca escrevi essa pala...